Gato Por Lebre e... Cavalo por Boi - Forjando o Consumidor...

Olá, pessoal.
 
Por estes dias lembrei de um comercial da Folha de São Paulo de 1987, cujo mote principal é o seguinte: "é possível contar um monte de mentiras, dizendo só a verdade", apresentando a figura de Adolf Hitler e seu perfil, ligado somente a aspectos positivos de suas políticas e até mesmo ao fato de ser aspirante à carreira artística.
 
 
Claro que, guardadas as devidas proporções, a associação que vou fazer aqui não tem a mesma proporção de gravidade catastrófica que o Nazismo proporcionou durante o Século XX, porém a linha mestra de análise é adequada para o comparativo: como grandes corporações, países ou doutrinas religiosas e políticas, conseguem nos forjar determinadas informações, porém sob uma aura de credibilidade (falsa) tamanha, que tomamos como uma verdade inquestionável...
 
A expressão "gato por lebre", por incrível que pareça, tem correspondência com o caso que vou me pautar neste artigo. Basicamente, é ser engana­do, levar algo sem valor acreditando ser bem mais caro. O dito popular originou-se em Portugal, onde em algumas estalagens servia-se a carne de gato nas refeições, em substituição à mais apreciada carne de lebre, por questões de preço (fonte: http://www.sartoriprofessores.com.br/index.php/artigos/textos/15-de-onde-vem-algumas-expressoes-populares.html).
 
Porém, agora em 2013, os consumidores da Europa descobriram que levaram "cavalo por boi". Mais precisamente, por um longo tempo foram enganados por empresas de processamento de alimentos irlandesas e britânicas, as quais divulgavam na embalagem dos hambúrgueres "carne 100% bovina", mas na verdade, em alguns casos, na sua composição foi encontrado um percentual de 29% de carne de cavalo e até vestígio de carne de porco.
 
A descoberta deu-se após testes feitos pela Autoridade de Segurança Alimentar da Irlanda (FSAI, na sigla em inglês). Ela encontrou DNA de cavalo em marcas vendidas pela empresa.
 
 
A rede de supermercados Tesco, em 16/01, pediu publicamente desculpas aos consumidores, pois ela tinha o maior percentual de comercialização destes itens e começou a recolhê-los das prateleiras.
 
 
É a aparente verdade inquestionável (pela qualidade do produto e informação da embalagem) x mentira forjada, tal qual a propaganda da Folha. Se o assunto não fosse levantado, de alguma maneira, a situação iria perdurar e os compradores indefinidamente iriam ser enganados...
 
Agora, as autoridades sanitárias britânicas irão investigar o fato e apurar responsabilidades, podendo acionar as indústrias inclusive na esfera criminal. De qualquer forma, o desrespeito ao consumidor e a falta de transparência são fatos consumados e base de uma reflexão: em quais outras esferas de convívio nós estamos sendo enganados, com uma suposta verdade?
 
Até a próxima postagem, pessoal!

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