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Mostrando postagens de 2020

Insônia com Reflexão - Desabafos da Madrugada

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Ocasionalmente, talvez por conta das conseqüências da pandemia, eu acabo varando as madrugadas, culpa da bendita insônia. Seja tentando ser criativo, seja tentando dar vazão às nuances culturais, procuro aproveitar este tempo para discorrer a respeito de alguma coisa, algum tema em específico.  Com isso, também ocasionalmente voltei a sintonizar nas ondas do Youtube o meu companheiro da madrugada, o "Tamo Junto".  E especialmente nesta madrugada tivemos depoimentos "in loco" de ouvintes com dramas extremamente pessoais, relatando suas dificuldades em conviver nesta sociedade totalmente permeada por desigualdades, agora potencializadas pelo isolamento.  Vale a pena ouvir as histórias do Antônio e do Alex. Cada qual com seu motivo, expressou sua emoção, motivada pelo sofrimento que o brasileiro em geral carrega, graças a seu pouco poder de influência e relevância em um país de realidades tão díspares.  Até a próxima postagem, pessoal. 

À Noite Todos Gatos São Pardos... De Manhã... O Pulo do Gato...

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Vivemos em uma era onde é quase inimaginável um profissional defender ferrenhamente suas fileiras e permanecer nestas trincheiras durante uma vida. A efemeridade proporcionada por uma necessidade às vezes inexplicável de mostrar dinamismo e produtividade, dá causa a um estranhamento por parte de alguns indivíduos, em relação a trabalhadores longevos por uma mesma casa.  Pois bem: mas quando este profissional tem um empregador único em sua história de vida e a sua marca se confunde com a da sua empresa? Este foi o caso de José Paulo de Andrade, que permaneceu por 60 anos nas ondas do rádio, mais especificamente incríveis 57 na Rádio Bandeirantes. Eu, quando pequeno, acompanhando a saída de minha mãe para o trabalho, inicialmente vociferava contra o principal programa ancorado por ele, chamado "O Pulo do Gato". Ficava com verdadeira raiva de ter que acordar muito cedo e o miado da vinheta de abertura já prenunciava que a minha preguiça chegava ao fim... Este

Tutu à Brasilândia...

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A Brasilândia é um distrito situado na zona Norte de São Paulo, tendo uma área de 21 quilômetros quadrados. Na vinda da minha avó para São Paulo, migrante nordestina da Bahia, foi o local escolhido para iniciar esta nova fase da vida, com minha mãe e as irmãs pequenas na década de 1940... Atualmente encontra destaque no noticiário por ser o distrito da capital no qual temos infelizmente a maior incidência de casos da COVID-19.  Por outro lado, é o local onde encontramos um grande exemplo de uma grande pessoa, que trabalha em prol de seu semelhante: a vovó Tutu. Trata-se de uma senhora que, com muita dedicação e 68 anos de idade, dedica seu tempo a cuidar dos idosos da região e cede o espaço do salão de sua casa para preparar pães e refeições a serem distribuídos à comunidade local.  Vovó Tutu (seu nome verdadeiro é Maria Paulina), trabalhou durante muito tempo na área da saúde e tamanha sensibilidade é um combustível para que destine não apenas o seu trabalho m

"Medics To The World" - Estátua Remando Contra a Maré...

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Poderíamos imaginar e já tivemos previamente um evento em que o foco e os homenageados foram os profissionais da saúde, os verdadeiros guerreiros (dentre outras classes profissionais), neste "front" de batalha em prol da vida e da cura.  Era o "One World Together At Home", ocorrido no mês de abril, capitaneado por grandes estrelas do cenário artístico, esportivo e cultural, como Lewis Hamilton, Elton John, Paul McCartney e Andrea Bocelli, com duração de 2 horas. Todo o evento, como o próprio nome informa, foi realizado tendo a participação dos protagonistas em suas residências, já por conta do isolamento social.  Boa parte destes nomes conhecidos também são nativos de países com grande foco e atenção da mídia mundial, como os EUA, a Grã-Bretanha, a Itália, etc. Dada a importância histórica e econômica destas nações, certamente é compreensível a concentração de notícias nestes nichos.  Pois bem, praticamente dois meses depois, em uma época que a cham

"Polarização" Inusitada e Desorganização "Organizada" - Tempos de Pandemia...

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Em muitos finais de ano, me recordo como se fosse hoje, a reunião dos primos para as brincadeiras não-eletrônicas ditava a tônica das festividades de Natal e Ano Novo. O máximo de "eletrônico" que realmente nós tínhamos, àquela época (longínquos anos 1980), era o rudimentar tele-jogo. Mas era o supra-sumo para a criançada por ser uma grande novidade em relação ao cotidiano da turma acostumada com jogo de queimada na rua, taco, pião, pega-pega e esconde-esconde...  Pois é... um dos ditos anciãos dos jogos eletrônicos no Brasil fez parte da minha infância e eu o incluí neste preâmbulo para identificar os tempos em que as viagens a Sorocaba eram constantes, justamente como um emblema da união que imperava naquela época, da cumplicidade e da simplicidade, sem polarizações recorrentes que permeiam os quatro cantos deste país.  Bons tempos aqueles no Jardim Arco Íris...  Também citei a "Manchester Brasileira" (sim, este é o apelido de Sorocaba),

Uma Imagem... Mil Palavras (Ou Sem Palavras...)

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Tempos universitários que não voltam mais... tempos estes em que o espírito aventureiro das incursões por lugares nunca dantes navegados ainda fazia parte ativa do cotidiano deste que vos fala (ou posta??), as quais carregaram em minha recordação (e mochila...) uma bagagem sentimental muito significativa, fruto da reflexão advinda da memória das paragens e pessoas que cruzei. Um destes lugares inesquecíveis é Paraisópolis. Tendo como pano de fundo um trabalho universitário, me vi, junto com um grupo de estudantes, inserido naquele mundo por alguns momentos, para saber que, nas ruas estreitas, existe um universo muito díspar, em relação ao restante do bairro que o circunda.  Paraisópolis é uma comunidade circundada pelo bairro de classe alta do Morumbi, com aproximadamente 45 mil pessoas, formada inicialmente por pessoas que vieram do Nordeste para trabalhar na construção civil em São Paulo.  De memória, lembro de ter visitado a chamada "Casa de Pedra" de

Grande Valor no Pequeno Valor

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Na vastidão deste território enorme deste país chamado Brasil, hoje temos nossas postagens densamente povoadas pelo terreno da polarização. A política acaba tendo uma dinâmica até mesmo cruel, dentro de nosso cotidiano, tal a profusão de fatos (na maior parte não favoráveis e confortáveis à nossa população), ofuscando determinados acontecimentos que ajudam a abrandar todo esse contexto de incertezas que vivemos. E um deles surgiu lá dos rincões do Estado do Rio Grande do Sul, mais precisamente de uma cidade chamada Arroio do Meio, com seus 20.272 habitantes, situada a 126 km de Porto Alegre.  Trata-se da iniciativa do garoto Mathias Krein, de 10 anos. Ele juntou suas economias e conseguiu obter a quantia de R$ 337,50, o qual destinou ao Hospital São José, do município. Sua motivação para tanto, veio por uma conversa com sua tia, chamada  Marjana Rockenbach, farmacêutica de profissão, que trabalha na unidade de saúde e havia mencionado a intenção da cidade construir uma U

Refinaria de Emoções...

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Pois é, pessoal... foi dado um intervalo de alguns dias entre a última postagem e esta de hoje, mas garanto a vocês que não sumirei. No atual estágio de coisas, estava confabulando com minha mente sobre como dar um gás à minha "refinaria de emoções". Afinal, o estado de espírito auxilia a melhorar nossa imunidade. Então, vamos lá... A palavra-chave de hoje é nostalgia. E daí, dentro das melhores lembranças de nossa infância vem os icônicos filmes do cinema dos anos 1980. Na temática ligada à filmes musicais, três vêm como referência obrigatória à formação de críticos da sétima arte: "Fama" (1980), "Footloose" (1984) e o que irei abordar agora: "Flashdance" (1983).  Todos nós cultivamos sonhos, metas e objetivos. Alguns um tanto quanto utópicos e alusivos realmente à infância (quem de nós, quando pequenos, não falou categoricamente aos nossos pais que gostaria de ser bombeiro, policial, médico, por boas referências que estes profissionais

Repouso em Movimento? Antevisão da Terceira Idade...

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Quando ouvi a canção-tema da minha crônica (ou será, artigo!!!) de hoje, diversas correlações vieram à minha mente e é justamente por isso que resolvi oferecer algumas linhas, não diria em homenagem, mas sim derivadas destes pensamentos, presentes em minha vida cotidiana. Primeiramente, dentro desta linha do tempo em que sou fã da banda, extraí de diversos clipes e canções dela o ato de correr. Seja para inspirar o heroísmo intrínseco em nós (associado à nossa faceta de generosidade), seja também para fugir e ao mesmo tempo buscar uma liberdade pós-aprisionamento. Correr aliás, contrasta com um ambiente onde pessoas de mais idade residem. E eu fico literalmente imerso neste nicho, constantemente, porque uma pessoa muito próxima, de minha família, vive em um residencial. A propósito, são aproximadamente 20 velhinhos, cada qual com seu problema e história, muitos com uma perda notória de noção entre um mundo interno e um mundo real. Muitos deles têm um universo peculiar, um “in

Dias Melhores... Virão? Visão "Supertrampiana"...

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“Dias Melhores Virão”... este foi o título de um filme protagonizado por Marília Pêra em 1989, onde devaneios e realidade misturavam-se nos pensamentos da sonhadora personagem principal. Esta frase resume a principal expectativa de todos nós frente a esta realidade incontrolável que se passa. Como havia dito na postagem passada, esta crise pode ter um paralelo em relação à II Guerra Mundial, no que diz respeito ao número de países afetados, a escala global portanto, mas aguardamos ainda a evolução dos índices para poder afirmar algo em relação às pessoas diretamente afetadas e ao tempo que perdurará. A aldeia global viu-se obrigada a recorrer ao isolamento, amenizado pela tecnologia. A reunião familiar e profissional agora recorre às ferramentas para dar suas caras, pois a regra de ouro é “ficar em casa”. Curiosamente, esta é uma luta pela qual o homem não pode formar batalhões, esquadrilhas, multidões, porque o opositor é invisível, e por isso mesmo, traiçoeiro na sua ab

Reflexões em Tempos Virais... - Parte 3

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Bom dia, pessoal. Parece que estamos percorrendo um caminho recheado de coisas concretas, mas que na realidade são mais abstratas do que aparentam ser. Invertemos nosso tamanho em relação ao ser microscópico e nos relativizamos, na tortura do confinamento, como se fôssemos muito pequenos em grandeza em relação a um organismo invisível a olho nu. Foi preciso uma declaração de guerra contra um inimigo enigmático, detentor de armamento muito distinto em relação às esquadras tradicionais, para que uma rede de engajamento e voluntarismo se formasse nos quatro cantos deste planeta. A   II Guerra Mundial também envolveu nações em escala exponencial, algo sem fronteiras e sem diferenciação de categoria de pessoas (civis e militares). Ceifou mais de 50 milhões de vidas, tendo sido motivada por um desnecessário estabelecimento de poder que um líder político-militar da época julgou ser relevante para estabelecer um incorreto conceito de puritanismo de raça. Ironia do desti

Reflexões em Tempos Virais... - Parte 2

Olá, pessoal. Pegando um “gancho” na última postagem que enviei aqui, resolvi explorar um pouco mais o assunto sobre a questão ligada aos acidentes de trânsito no Brasil e no mundo. Isso me remete a um “flashback”, um acontecimento que me marcou por toda a vida, pois já me envolvi em um acidente de trânsito, indiretamente por certa imprudência de minha parte, dado que conduzi um veículo em uma condição adversa (sono e sob o efeito de medicamentos para amenizar os efeitos de uma gripe). Deste fato que, felizmente não resultou em algo severamente trágico (apenas danos materiais), aprendi que, apesar de nos considerarmos muitas vezes infalíveis e cautelosos o suficiente, sempre haverá algo a aprender e sempre haverá necessidade de nos policiarmos cada vez mais e mais e mais... Esta postagem não tem a intenção de tecer alguma comparação do tipo que tenta depreciar o problema que atualmente vivemos, mas sim ser uma mola propulsora para refletirmos que por nossa ação, imbuídos p

Reflexões em Tempos Virais... - Parte 1

Bom dia, pessoal! Um outro motivo lógico para que fiquemos em casa, na medida de nosso possível, é claro, é que assim podemos primeiramente evitar a ida a hospitais por conta de muitos acidentes automobilísticos, por exemplo, que ocorrem (e se intensificam aos fins de semana), devido à irresponsabilidade de muitos condutores, potencializada pelo álcool, excesso de velocidade e afins... E nisso deriva... Que tal aproveitarmos para refletirmos a nossa conduta enquanto motoristas? Que tal, a part ir de agora, sabermos que o convívio em sociedade implica em dosarmos nossas atitudes intempestivas, a nossa auto suficiência arrogante em pensar que "apenas uma latinha" não implica em nada no nosso ato de dirigir, em nossos reflexos? Vamos mudar este paradigma, para começar? Vamos trocar o álcool das baladas de fim de semana, em alguns fins de semana no ano, por uma "balada" mais saudável com a galera, como uma ida a um hemocentro para doarmos s

Semente do Bem - Vamos de Táxi?

Bom dia, pessoal.  Depois de muito tempo, resolvi retomar minhas postagens, afinal escrever faz um bem danado.  Nós carregamos de simbolismos, intenções, planos e metas (quase sempre não cumpridas ou parcialmente cumpridas), a passagem de um ano a outro. Decerto, para a "psique" humana isso faz muito bem, mas o mundo continuará a girar, os dias permanecerão com a sua duração padrão, os fatos motivados pela ação humana ou fenômenos da natureza ocorrerão da mesma forma, seja qual dia for. Porém, existem seres de luz, quase sempre anônimos, pelos quais podemos, sazonalmente falando, tomar  inspiração para saber que "Feliz Ano Novo" ocorre 365 dias por ano, dentro do coração, alma e pensamento destas personagens. Um deles é este senhor taxista de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Conforme ele mesmo diz, no início desta reportagem, "meu sobrenome não é por acaso". Constatando o que ele faz, posso afirmar peremptoriamente que nós temos