Seriam as Livrarias "Páginas Viradas" de Nossa Existência? - Há Alternativas?

Em uma postagem anterior abordei o "doomscrolling", que consiste em realizar leituras incessantes em tela de celular principalmente, referentes a conteúdos ruins, especialmente notícias trágicas, que revelam atualmente o estado de coisas em que o convívio em sociedade reflete. 

Esta navegação é muito evidente no transporte público de São Paulo. Nós, usuários, conseguimos verificar que a proporção de pessoas que carregam e leem livros físicos no metrô, ônibus ou trem, é muito menor em relação àquelas que fazem uso do smartphone. Seja para acessar sua rede social favorita, seja para acessar seu app de jogos, música ou de outros fins, muitos de nós passamos praticamente por todo o trajeto grudados, hipnotizados por uma tela minúscula, mas extremamente poderosa a ponto de criar este vínculo inquebrantável.

Nisso vem uma reflexão: a quantidade de conteúdo x a relevância em termos de desenvolvimento que proporciona. Como neste caso é colocada em evidência a quantidade de "hits", "likes" e acessos e a quantidade de dados e informações de rápida absorção é absurda, fomentada pela nossa necessidade de sabermos em tempo real de como encontra-se a vida de nossos ídolos, estes geralmente com milhares ou milhões de seguidores. 

Isso realmente "viraliza", mas também no sentido da pouca capacidade e até mesmo paciência em estarmos imersos em um outro ambiente: o das páginas físicas, do velho "cheiro de livro novo" (pode ser antigo também)... Porque nossa mente acaba sendo invadida de maneira incessante por conteúdo raso, sem necessidade de interpretação e com isso, em alguns casos, acaba ficando condicionada a não produzir e ter um senso crítico, algo esperado em uma leitura densa de livros físicos. 

No link abaixo, encontra-se um artigo onde é relatada esta realidade da perda de leitores e bibliotecas no Brasil.

https://observatorio3setor.org.br/podcast/cultura-e-leitura-no-brasil/.

Um símbolo bastante latente desta diminuição de interesse é a Livraria Cultura, que recentemente teve a sua falência decretada, após tentativa de recuperação judicial e posteriormente a isso, por meio de uma liminar, suspendeu esta falência. Ainda tem loja aberta no Conjunto Nacional (Av. Paulista), mas o espaço é compartilhado com editores, que segmentam determinados blocos com seus títulos próprios à venda. 


Uma alternativa a quem não está dispondo de recursos para comprar títulos consiste em realizar um cadastro gratuito na plataforma BIBLION (https://www.biblion.org.br/), do Governo do Estado de São Paulo. Os títulos são cadastrados por temas como por exemplo "Para Quem Tem Pressa" ou até mesmo "Para Sentir-se Bem", dispondo de títulos de autores consagrados mundialmente como Nietzsche, Dale Carnegie, Clóvis de Barros Filho, etc...

Ler nos torna mais críticos, analíticos, ajuda a desenvolvermos nosso gerenciamento do tempo e inteligência emocional, características importantíssimas dentro do mercado de trabalho. Ademais, nos leva a mundos não explorados anteriormente e que podem ser a vertente para o desenvolvimento de ideias. 

Portanto (e adaptando o dito popular), "mãos às obras literárias".













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