Engano Que Levou à Reflexão - Caso João Hélio Vieites

Bom dia, pessoal.

Nesta manhã fria de domingo aqui em São Paulo, são 08:30h e, após uma ida efêmera ao Supermercado, resolvi escrever este último artigo do mês de julho, com base em um engano de interpretação que cometi, o qual me fez lembrar de um fato trágico ocorrido no Rio de Janeiro há alguns anos.
Ontem acompanhei meio que de relance, alguns momentos da partida entre Cruzeiro x Botafogo na TV, onde o placar final foi de 1 x 0 para os alvinegros cariocas. Reparei que na camisa do clube, havia uma inscrição que dizia "João Fortes" e pensei assim: "ótimo, estão retomando a homenagem que fizeram ao João Hélio".
Para quem não se recorda ou não sabe, o João Hélio Vieites é o garoto brutalmente assassinado há questão de 4 anos (em 2007), na zona norte do Rio de Janeiro, após o carro onde estavam ele, a mãe e sua irmã, ter sido assaltado, no bairro de Oswaldo Cruz.
O Caso João Hélio foi o crime ocorrido na noite de 7 de fevereiro de 2007, quando João Hélio Fernandes Vieites (Rio de Janeiro - 18 de março de 2000 - Rio de Janeiro - 07 de fevereiro de 2007), foi assassinado após um assalto. Segundo relato retirado da Wikipedia, o fato, resumidamente, foi o seguinte:

"O assalto ocorreu na rua João Vicente, próximo à Praça do Patriarca, em Oswaldo Cruz, Zona Norte. A mãe do menino, Rosa Fernandes, foi rendida ao volante do Corsa Sedan, placa KUN 6481. No interior do veículo estavam uma amiga da família e o filho João Hélio no banco traseiro e a filha adolescente viajava ao lado da mãe no banco dianteiro direito, que no momento do assalto conseguiram abandonar o carro, porém, Rosa havia avisado aos assaltantes que João Hélio não havia conseguido se soltar do cinto de segurança. Presa ao cinto de segurança, a criança não conseguiu sair. Um dos assaltantes bateu a porta e os bandidos arrancaram com o veículo em alta velocidade. Com o menino preso pelo lado de fora do veículo, os assaltantes o arrastaram por sete quilômetros, passando pelos bairros de Oswaldo Cruz, Madureira, Campinho e Cascadura.

Motoristas e um motoqueiro que passavam no momento sinalizaram com os faróis. Os ladrões ironizaram dizendo que "o que estava sendo arrastado não era uma criança, mas um mero boneco de Judas", e continuaram a fuga arrastando o corpo do menino pelo asfalto."



E, para esclarecer, confundi esta inscrição na camisa do Botafogo ("João Fortes" - uma construtora), com o João Hélio, porque há alguns anos, a equipe e a torcida fizem uma homenagem ao garoto, torcedor deste time. (vejam abaixo)


E o uniforme do Botafogo, vocês podem ver nesta foto:

Sendo assim, havia interpretado que o clube tinha novamente estampado, em sua camisa, uma homenagem ao João, mas cometi um engano. Porém, nos tempos hodiernos (atuais - essa palavra vi com um professor meu de Sociologia e achei muito interessante), retomar o caso do João é muito pertinente para analisarmos o estado em que se encontra a nossa sociedade como um todo.
Primeiramente, acredito que existam formas e formas de recuperação de um indivíduo que comete um crime, mas isto pode ser mensurado até um certo limite. Se uma abordagem em farol, com arma em punho, ameaçando uma família, a pretexto de roubar um carro, merece severidade na punição, arrastar uma criança indefesa, mesmo após seguidos alertas dados de que isto estava ocorrendo, por ruas e ruas, até abandonar um veículo com o garoto esfacelado, não merece relaxamento de pena.
Pois, se pudéssemos resumir a que o crime "deveria" ter ocorrido, isso seria no máximo se apropriar do bem (o carro) e deixar a família em paz. Mas prevaleceu, além da conduta que afronta a lei, uma completa indiferença, uma completa maldade em relação à vida humana e isto não pode permitir relaxamento de pena ou atenuantes, porque todos os que o cometeram eram seres providos de senso crítico suficiente para saber que existiam vidas indefesas em jogo: não apenas a do João em si (que foi a vítima direta), mas também de toda uma família que seria em breve destruída no que é mais importante: o convívio de um filho/irmão. O próprio depoimento dos criminosos, que foi reproduzido em cima, mostra que não há chance de recuperação de pessoas desta espécie.
Em uma ótica distinta desta análise, mas igualmente brutal, a Noruega deparou-se com outro ser totalmente desprovido de capacidade de convívio em sociedade. Anders Behring Breivik, sob o pretexto de restituir o Cristianismo europeu e também sob as perigosas ideias de eugenia e xenofobia, atirou em dezenas de pessoas (adolescentes em sua maioria), promoveu um atentado a bomba, matando 93 pessoas neste país.
Ao que parece, mesmo que haja melhoria nas investigações, no aparato policial e também nos meios educacionais, seja lá qual for a ótica de governo a que se faça análise (socialista, comunista ou capitalista), infelizmente temos de nos preparar para, sazonalmente, ouvir notícias terríveis sobre pessoas de caráter facínora que cometeram crimes brutais, motivados, seja por um bem material, seja por uma linha de pensamento totalmente deturpada.
Hoje em dia, mesmo que a bondade prevalecesse sobre a maldade, mesmo assim teríamos estes fatos assolando a nossa sociedade. Resta a nós tentarmos, de alguma forma (pelo voto, pela pressão da sociedade, mobilização), fazermos com que os maus saiam definitivamente do espaço que apropriaram, para que este retorne realmente às pessoas de bem.

Até a próxima postagem, pessoal.




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