"Doomscrolling" x Saúde Mental

Comumente dizemos: "mato um leão a cada dia". De fato, a vida é um conjunto de desafios, e como costumo afirmar, está longe de ser um lago suíço (esta é uma analogia que aplico constantemente para "metaforizar" (?) o oposto, ou seja, a tranquilidade total).

Nesta era tão "informacional", em algumas ocasiões parece que estamos imersos em uma espécie de pântano lamacento ou areia movediça, que nos "puxa", triplicando a ação da lei da gravidade, para um abismo onde a opção exagerada de escolhas em termos de dados, notícias e informações, toma boa parte de nosso tempo e raciocínio lógico. 

E essa opção citada é majoritariamente um cipoal de "más novas" (subvertendo o dito popular), com fatos impactantes não apenas das grandes metrópoles, mas de vários rincões Brasil afora e também do exterior. Alguns já são realmente esperados, fruto das intempéries climáticas (como o fenômeno "La Niña", causador de chuvas cada vez mais intensas), e outros nos surpreendem por sua magnitude e extensão geográfica. 

A natureza também mostra sua força quando por exemplo, nos mostra um desprendimento de uma calota polar do tamanho da cidade de São Paulo (mais precisamente de 1500 km2) na Antártida, por conta do efeito de uma maré mais intensa. 

Por fim, a ação humana, fomentadora de guerras, conflitos étnico-religiosos, radicalismos e até mesmo rixas geradas por divergências clubísticas (leia-se futebol), completa este emaranhado de fatos incômodos do noticiário cotidiano. 

Isso afeta nossa capacidade de ter foco no que realmente temos como objetivo em determinados períodos do dia, que seria agregar conhecimento, produzir, ser criativo e sociabilizar, saindo um pouco do ambiente dito "virtual", perseguindo e sendo hipnotizados pelos fatos acima, por meio de uma navegação "viciante" pelos "feeds" de notícias, o chamado "doomscrolling". 

Confesso que não conhecia este termo, até ler uma matéria em uma revista e realmente, tal como a reportagem cita, é uma prática que afeta não somente nossa parte física, mas também e principalmente nossa saúde mental. Motivada hoje pela seqüência de fatos perturbadores ligados às mais diferentes áreas (economia, cotidiano, política, relações internacionais), o fenômeno foi intensificado outrora pelo surgimento da pandemia e o bombardeamento incessante das conseqüências para todo o globo, para as famílias e para a convivência em sociedade. 

Para um aprofundamento a respeito do conceito de saúde mental, vale a pena ler o artigo da National Geographic, contido no link a seguir: https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2022/11/o-que-e-saude-mental-segundo-a-oms. 

Todos devemos cuidar de nossa saúde mental.