Corações de Pedra x Corações Humanos - Lidando Com a Perda e Valores Humanos
Olá, pessoal.
Na última postagem falava do aspecto legal implicado sobre o assassinato cruel de Victor Hugo Deppman, estudante universitário que chagava em casa e foi vítima da violência brutal reinante na capital. Sobre a possibilidade de diminuição da maioridade penal, revisão dos termos do estatuto do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e outras questões voltadas à punição.
Agora refletindo a respeito da implicação para a sociedade e para a família, tivemos subtraído do convívio de todos nós um estudante de Comunicação Social (Rádio e TV), que já cumpria estágio em uma emissora de TV (Rede TV! no caso), e ainda estava em graduação em uma das mais tradicionais faculdades deste segmento em nosso país: a Fundação Casper Líbero.
Ou seja: quem muito tinha a agregar à coletividade agora não terá mais possibilidade de demonstrar o seu talento, ao passo que o autor do crime brutal ainda terá possibilidade de "ressocialização", mesmo sabendo-se que, para agir da forma como o fez, não havia atenuante, desculpa ou justificativa. Simplesmente o elemento maldade, somado com os de indiferença e frieza vieram à tona e em questão de segundos um destino foi infelizmente selado.
Mas o nicho principal que sentirá falta da presença do Victor, certamente, será a sua família e círculo de amigos. Comentava na postagem passada a respeito do tacanho pensamento que ainda algumas pessoas cultivam de que "homem não chora", tem que ser durão a todo custo... Mas, face a brutalidade da morte dele e também até mesmo, dentro da esfera cotidiana, qualquer pessoa deveria estar vertendo lágrimas (sejam literais, sejam na forma de reflexão pelo silêncio) e repensando também o seu papel de cidadão. Banalizar a violência, querendo vencer à força para ter o seu espaço respeitado, nem sempre é a melhor solução. Calma e diálogo ainda são os melhores ingredientes para resolver desavenças. Mas infelizmente nem todos pensam assim...
"Olhe para o arco-íris em cada tempestade...
Descubra com certeza...
O amor estará ali para você."
Amor aqui atinge uma amplitude de sentidos e quero resumi-lo, dentro do contexto de nosso raciocínio, naquele que está ligado às pequenas gentilezas diárias. Prosaicos "por favor", "obrigado", "com licença" como elementos normais de convívio em sociedade, poderiam fazer com que na tempestade regida pela rotina, um arco-íris reconciliatório surgisse. Mas isso hoje em dia parece mais utopia do que qualquer outra coisa...
Mas este elemento básico de convivência em sociedade parece estar muito ausente de muitos de nós, que vemos casos e casos e casos como mais um na estatística. E o tempo vai passando, infelizmente não conseguimos rever nossos valores humanos mais básicos, acabamos por nos contaminar pelo caos e falta de cortesia e lidamos com a perda de maneira mais prática possível. Como dizem alguns, no linguajar mais popular, "ligamos o f..." e tocamos o barco para a frente. Mas será que isso é tão benéfico assim? Poderíamos nos mobilizar pelas palavras, gestos e modificar este paradigma, depende de nós somente. Quem sabe assim outros jovens de talento consigam prosseguir com tranquilidade e segurança na sua trajetória de vida?
Fica aqui então este ponto de reflexão a todos nós.
Até a próxima postagem, pessoal.
Comentários