Plásticos, Vidros, Químicos - Crônica de uma Abordagem Inusitada dos Elementos Inanimados...
Nem todos concordam que o "hábito não faz o monge" e isso é bem evidente nas formas diferentes como somos observados e julgados em determinados recintos, dependendo da vestimenta que adotamos. Evidentemente porém, há ocasiões pelas quais certos trajes são sugeridos pela formalidade (ou não) do evento e nesta hipótese, justamente pela comunicação prévia, tais juízos de valor acontecem mais raramente, a não ser em situações inusitadas, como a chamada formação de "par de vasos" (o vídeo abaixo ilustra um pouco isso).
Divertido? Constrangedor? No mínimo, a formação deste par em um local de grande circulação de pessoas renderia comentários.
Porém, do vídeo acima gostaria de destacar um elemento específico, pois ele me fez passar por uma situação curiosa e diria assim até mesmo, formadora do dilema monasterial: o copo. Sim, pois fui abordado de uma maneira digamos, "inconformada" por alguém, pelo fato de oferecer uma bebida em um copo produzido por um material do desagrado desta pessoa. A questão que ficou marcante na situação vivenciada, não está tão ligada assim à preferência dela em si, mas sim a abordagem. A forma de expressar a sua predileção de material é que me chocou.
Este "ode" a um material específico me fez retomar à memória uma cena bastante esquisita no filme "Superman 3", na qual o "falso militar" Gus Norman (vivido pelo ator Richard Pryor) interrompe um evento para homenagear Superman em uma cidade prosaica do interior, para fazer um discurso efusivo em prol dos materiais químicos, especialmente o plástico... Chega a propalar o grau de importância deles, citando um hábito típico dos norte-americanos (assistir o Superbowl). O esperado da cena (para melhor entendimento, visto não estar legendada) era que, ao "presentear" Superman com aquela peça verde, ele sucumbisse, pois era uma pedra de criptonita. Mas isso não ocorre da maneira esperada e somente assistindo a trama por completo para entender a razão...
Porém a minha preferência ao plástico nesta situação cotidiana, como dito, não rendeu risos. Pelo contrário, gerou sisudez, na minha ótica inexplicável. Acredito que quando nós adentramos em um recinto o qual não estamos diariamente ali lidando, a não ser por uma formalidade previamente estabelecida, devemos nos adaptar ao ambiente (e não o contrário).
Claro: cada um tem o seu ponto de vista sob determinado aspecto. Mas a defesa ferrenha e incondicional de certas coisas, trejeitos, é irrelevante no quesito de evolução espiritual do ser humano. O fato de tomar um líquido simples, como um belo café no bule, uma água, não deve ser encarado como uma aula de etiqueta a não ser que queiramos ter combustível para uma peça humorística.
Não tenho inclinação e nem patrimônio ou sobrenome para fazer parte da realeza, então talvez, perante os parâmetros do vídeo acima, eu não seja elegível a comer adequada ou elegantemente uma banana. Porém eu fiquei feliz em assistir à situação acima, devido a dois motivos: pude rir bastante e também constatar que há coisas muito mais relevantes com que se preocupar em relação a isso.
Até a próxima postagem, pessoal.
Comentários