A Metáfora do Mar de Lama... Humana!

Para escrever este artigo, utilizar-me-ei (não sei realmente se esta colocação pronominal está correta!!) de uma figura de linguagem que nós estamos acostumados a ver nos bancos escolares e também quando estudamos em cursos pré-vestibulares: a metáfora. 

Uma definição clássica desta consiste no seguinte: "Metáfora é a comparação de palavras em que um termo substitui outro. É uma comparação abreviada em que o verbo não está expresso, mas subentendido."

Ou seja, quando eu digo que alguém é "um touro de tão forte", evidentemente que não quero dizer 
LITERALMENTE que esta pessoa é um touro, mas sim, pela utilização do termo, fazer alusão à grande capacidade física deste indivíduo, pela figura de um animal que é assim conhecido (pela extrema robustez). 

Ok, explicado isto, introduzo esta minha humilde resenha refletindo que o ser humano atualmente 
direciona a sua conduta de uma maneira inteiramente incorreta. Ele está mergulhado em um mar de lama (veja o uso da metáfora) ético-comportamental, sob a justificativa que determinadas pessoas, por sua condição social e/ou religiosa (isso apenas para exemplificar a análise de fatos mais recentes, de Mariana e Paris), não merecem ter uma dignidade para viver e nem ao menos merecem viver. 

A conduta dos dirigentes das nações não deve ser confundida, neste caso, com a conduta e o pensamento dos cidadãos dos países em análise aqui. Isso porque, por conta por exemplo, do chamado fundamentalismo religioso, praticado pelo Estado Islâmico, muitas vezes generalizamos e 
taxamos os muçulmanos (de uma forma geral), como sendo terroristas. 

O mar de lama da imoralidade agora atingiu seu ápice na forma de um mar de lama literal, o qual, 
a partir do rompimento da barragem em Bento Rodrigues, vem se expandindo por quilômetros, destruindo não apenas um povoado, uma fonte de água potável preciosa aos mineiros (Rio Doce) e a 
sobrevivência dos animais, mas também mais um pouco da dignidade da população, que constantemente é a mais afetada pelo "mar de lama" ético de nossa classe política de um modo geral, coberta por desvios graves de conduta fomentados pela ganância desenfreada.  




Quanto aos atos terroristas na França, aparte a infelicidade de atingir cidadãos comuns, que não têm nada a ver com conflitos fundamentalistas e religiosos, trata-se de uma relação de causa-conseqüência: as potências mundiais intervém militarmente em países tomados por esta podridão de fundamentalismo e terrorismo, bombardeando-os, e sempre estarão sujeitos a estes tipos de revides. 

São atos condenáveis, mas infelizmente esperados, dentro de uma conjuntura político-econômica mundial que descamba agora, mais do que nunca, para o perigo de uma III Guerra Mundial (como o papa Francisco citou), por mais uma manifestação dos governantes franceses na forma de uma declaração de guerra ao Estado Islâmico. 

Infelizmente, a profusão quase diária de tragédias, de fatos catastróficos que ocorrem ao redor do mundo, dá margem também a comparações e bairrismos que estamos bastantes acostumados a ver quando as eleições estão chegando. Como o Facebook agora disponibilizou uma aplicação para cobrirmos nossa foto com a bandeira francesa, muitos "posts" em conseqüência disso traçam uma comparação: por que não abrir a possibilidade de outro com os dizeres "somos todos Mariana"? 


Isso dá margem a discussões acaloradas, portanto, e pior, manifestações totalmente sem propósito como a que está exposta abaixo:


Cada qual à sua maneira, como se espera em um ambiente livre e democrático que é a internet, realmente pode se manifestar, mas o problema em potencial que constatamos agora reside em três fatos principais: pessoas que utilizam-se destes momentos como "modinha", pessoas que usam estes momentos como chacota (caso da imagem acima) e pessoas que utilizam estes momentos para fazer comparações de fatos, tomando sempre como referencial as mazelas do nosso país.

Claro que o terceiro grupo (que enfatiza as mazelas) tem toda a sua fundamentação, tem todo o seu conjunto de motivos para manifestarem-se, porém não é cabível neste caso impedir que outros manifestem-se com as cores de outro país que sofreu uma tragédia de tão grandes proporções. A hora é de juntar esforços e destinar sua criatividade e força de trabalho para ajudar os nossos cidadãos e a grande rede para solidarizar-se com os franceses. Ou seja, há margem para trabalhar nas duas frentes, sem discussões acaloradas e politizadas à la PSDB X PT...

O mais importante é a gente ouvir o que as pessoas que sofrem têm a dizer... Pois são elas realmente quem podem nos testemunhar o quanto nós, seres humanos, temos a modificarmos nossa conduta e até mesmo nossa destinação de tempo em prol de outros que estão em situação muito mais vulnerável...

Um exemplo para refletirmos está no relato contido no link abaixo.

http://www.dialogosdosul.org.br/de-um-morador-de-governador-valadares/13112015/

O mundo é composto de diversas sociedades, cada qual com a sua cultura. E para aqueles que utilizam do islamismo ou então interpretam-no como uma semente totalmente do mal, fica esta frase contida no Alcorão:

"... e que a paz e a graça estejam com o derradeiro dos profetas e mensageiros."

Ou seja, que a paz e a graça estejam com a humanidade e que ela pare de se dizimar, seja por ganância, seja por intolerância.

Até a próxima postagem, pessoal.


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