Tolerância x Convivência - "Iguais Mais Iguais Que Os Outros?'

Bom dia a todos.

Verdadeiramente não tenho escrito muito ultimamente, por conta da falta de tempo, vigor físico, capacidade de raciocínio e de concatenar ideias. Agora que as aulas terminaram, quiçá eu possa voltar a exercer esta atividade que tanto gosto, mas não prometerei a vocês, caros leitores, uma regularidade pré-definida nas postagens. Mas farei o possível para que tornem-se mais constantes...
Ontem, ao acessar a internet, na página do MSN vi diversas manifestações de apoio à jornalista Maria Julia Coutinho, a simpaticíssima "moça do tempo" do Jornal Nacional, e, à primeira vista não entendi a razão de tal fato, até que em uma postagem do Facebook me deparei com a seguinte reprodução de postagens direcionadas ao Jornal Nacional:



Talvez eu seja um tanto quanto repetitivo neste caso, mas gosto de sempre relembrar uma colocação bastante pertinente de meu colega de faculdade Daniel Monteiro, em um certo debate (talvez da disciplina de Sociologia?), sobre o conceito de "tolerância": a tolerância na realidade, não deve ser a relação preponderante entre seres humanos de diferentes nichos (ex: judeus e palestinos, católicos e protestantes, turma do rock e turma do pagode), mas sim, uma exceção. Porque quando a gente fala de tolerância, em muitos casos, exprime uma "obrigação" de colocar (mesmo à contragosto), pessoas que realmente não têm o mínimo de senso do que é o ser humano de uma maneira global e respeitosa, com outras que já pensam de maneira diferente.
Por conta disso, na linha do tempo de nossa existência, infelizmente não foi possível ainda eliminar soluções idiotas na resolução de conflitos, como a guerra, por exemplo. A razão é muito simples: sempre há grupos e interesses que se julgam superiores a outros, seja por status, poderio econômico, religião ou cor da pele. E se o grupo minoritário, seja em número ou recursos não se rende aos desígnios desta maioria, o uso da força vem à tona.
Guardadas as devidas proporções e fazendo uma colocação mais ligada ao universo das redes sociais, as expressões reproduzidas na imagem acima são um microcosmo de uma guerra declarada a uma pessoa que ascendeu profissionalmente e que o grupo "dominante" podemos assim dizer, não admite o fato. E utiliza o agravante de ofender, vinculando o caráter à cor da pele.
Em todas estas manifestações acima, a gente pode extrair algumas características bastante típicas do ser humano, a saber:
1. Um certo "gene da infalibilidade" ou seja, os chamados "trollers" acreditam que a sua verdade é a absoluta e as demais realidades do mundo, como uma pessoa de raça negra ascender profissionalmente, por exemplo, é algo gerado apenas por exceção (não por competência) e assim, quando isso ocorre, tal realidade deve ser condenada.
2. "Aonde a vaca vai, o boi vai atrás": quantas vezes, e eu me incluo neste erro, por conta da força de opinião de certos grupos, acabamos sucumbindo, nos dá uma comichão de também emitir uma opinião (mesmo que absurda) a respeito de um fato que todos estão comentando? Então, pode haver sim, pessoas que, no calor da coisa, escrevam literalmente sem pensar e se arrependem depois. Porém, em determinados casos, como este, onde o preconceito é a palavra-chave, a coisa torna-se muito mais grave.
3. Uso indiscriminado das redes sociais: na hora de postar um comentário, muitos de nós não nos atentamos ao conteúdo e a forma de expressão, porque sentimos uma necessidade premente de "ser o primeiro" a ter aquela "selfie" exibida, o comentário mais rápido... Nos esquecemos que a disseminação daquilo pode chegar a confins nunca antes imaginados, podendo impactar na destruição da imagem pessoal e profissional, muitas vezes construída durante anos.
Um exemplo que ficou bastante emblemático há anos, foi o da universitária Mayara Petruso, que publicou no Twitter uma frase contra os nordestinos...


4. O contraditório no caso da formulação das piadas e comentários: é evidente que a postagem aqui aborda a faceta do preconceito puro e simples, mas muitas vezes, e paremos para pensar, nós achamos perfeitamente normal contar piadas de homossexuais, chamar o outro de "viado", dentre outros termos, e não encaixamos tais fatos em um caráter "politicamente incorreto".
5. "Zona de Conforto": por outro lado, é estranho ao ser humano quando ele se depara com o "diferente". Então, vem à tona a questão da tolerância novamente: quando nós, que estamos rodeados de casais "padrão" (homem x mulher) perante a sociedade, não encaramos como normal esse fato, mas precisamos exercer uma "tolerância a contragosto" para nos depararmos com tal situação sob um prisma "normal"
Enfim, acredito que perfeição é algo longe de ser alcançada pelo ser humano (e acredito que neste planeta nunca será uma realidade). Porém, a partir do momento que encararmos o outro de forma natural, igualitária e como um parceiro de oportunidades, a convivência aqui ficará muito mais amena e a violência, desigualdade e o oportunismo fomentado pela ganância quase que sumirão da nossa existência, a não ser em casos realmente patológicos.
Haveria várias outras facetas a analisar aqui, mas não quis me estender mais, apenas colocar um ponto de reflexão em todas nossas atitudes perante as redes sociais.
Bom fim de semana a todos. 

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