Pai - Seis Meses de Ausência... (Um Dia Volto à Califórnia... e ao Canindé)
São seis meses de ausência...
Garotos, eu queria ir pra Califórnia, parafraseando a frase da canção famosa, a "Califórnia" aqui mencionada está muito distante, aliás... Mas ela ativa uma memória afetiva de um senhor com participação muito relevante em minha vida: meu pai.
Há poucos dias completamos 6 meses de sua partida, após anos de luta permeada
por um otimismo até inesperado e momentos de mau humor "divertido",
especialmente quando ele propalava a respeito do marasmo da terceira idade...
Apesar o Alzheimer que o acometia, esta "rabugice" constituía-se em
um dos momentos de plena consciência dele...
Mas voltando a Califórnia: eu me referia à Casa Califórnia, notória lanchonete
da região central de São Paulo, com seu igualmente clássico (e saboroso)
sanduíche de calabresa. Essa iguaria era sempre lembrada por nós em nossas
caminhadas pela Rua São Bento...
Da linguiça, vamos à lembrança da sardinha. Mas aqui me refiro a outro
folclórico personagem do imaginário popular, "apresentado"
indiretamente pelo meu pai: o sardinha, torcedor da Portuguesa de Desportos.
Sim, nós íamos no Canindé, assistir aos jogos da Lusa, apesar de fãs de outros
times...
Tivemos uma época muito interessante ali, especialmente quando
tínhamos como protagonista Dener, o mágico jogador, infelizmente com a carreira
precocemente abreviada em um acidente de carro.
Esta parte "desbravadora" e de bom relacionamento interpessoal dele
era revelada em um terceiro "point" de nossos passeios quase que
semanais na fase de adolescência e início de fase adulta: o Largo do Arouche.
Ali perto, na Praça da República, meu ponto de encontro favorito era o
"Zero Grau", uma lanchonete e loja de doces de um grande amigo do meu
pai, o Walter. Muitas tardes de sábado eram passadas ali, em meio a iguarias
maravilhosas e um tratamento gentil e caloroso, além de longas conversas com
seus velhos companheiros.
Eu poderia enumerar outros locais e memórias, mas isso estenderia demais esta
homenagem. Mas certamente o senhor Reynaldo, no lugar em que está, fica feliz
em saber destas pitadas de nostalgia e que sempre será um referencial de
lembrança de momentos maravilhosos em minha jornada de vida...
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