Mais um 11 de Setembro... Reflexões de um Ex-Aeroviário

Desde jovem, eu e minha mãe temos um certo vínculo com a aviação comercial, no que tange a aproximarmo-nos deste meio por questões profissionais.

No caso dela, ao utilizar-se dos jatos para deslocamentos ao longo do país para falar com clientes, visitou muitos Estados brasileiros, cada qual com sua característica particular, tais como regionalismos, clima e culinária.

Já o autor desta humilde resenha fez da aviação um hobby e também um punhado significativo da trajetória profissional, participando por muitos anos da existência da outrora denominada "estrela brasileira", um dos inúmeros termos pelos quais a Viação Aérea Rio Grandense (Varig) era chamada...


Em cinco anos de empresa aprendi e me felicitei com termos ligados à chamada indústria da aviação. Pra começar, o clássico alfa, beta, Charlie, delta... Sim, o inconfundível alfabeto da aviação esteve no papel de anfitrião e na minha memória comum e afetiva tem espaço cativo e utilidade constante, especialmente quando observo as aeronaves e seus prefixos no aeroporto. Daí reproduzo a matrícula de cada um dos aviões posicionados nos "fingers" para poder dar vida e identidade a estes grandes pássaros de aço que rasgam os céus afora...

Esta predileção avassaladora por este meio de transporte me presenteou com uma espécie de visto de entrada irrestrito ao mundo dos jargões técnicos e do aprendizado. Assim, além da riqueza de detalhes advinda do contato com o ambiente aeroportuário, pude aguçar minha sensibilidade e carinho em relação à minha mãe, como um tributo à pessoa de representatividade gigantesca quanto ao caráter que hoje tenho e para sempre deverei ter.

Especialmente hoje, 11 de setembro, também fiquei sensibilizado pelo aniversário do gigantesco ataque terrorista contra as torres do World Trade Center. O ataque não só nos deixou surpresos pelo exemplo tragicamente negativo da capacidade de certos homens de realizar o mal, mas também porque feriu a dignidade e honra de uma indústria pujante e que movimenta muitos recursos e trabalhadores mundo afora...


Em 2001, ainda vivia este "céu de brigadeiro" profissional, em um autêntico "vôo de cruzeiro". Ainda estava na aviação, aprendendo e me desenvolvendo. Naquela manhã, nem eu, nem minha mãe, nem ninguém imaginávamos o fato impactante que mudaria diversos paradigmas da história mundial.

Hoje completamos 23 anos do acontecido, o tráfego aéreo continua, as conturbadas relações entre povos diferentes também e o legado de ter sido incentivado por minha mãe a descobrir a vastidão do mundo. 

Determinadas coisas parecem não sofrer a ação do desgaste do tempo e são infinitas. Mas felizmente, dentre elas, podemos fazer constar os bons sentimentos...

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