Coração Solitário - "Owner of a Lonely Heart" (Yes) x Glauco
Olá, pessoal.
Bom dia, são 05:15h de domingo e acordei subitamente, após uma hibernação forçada por conta de momentos de decepção passados neste sábado. Em busca de um incentivo, de uma compensação, de uma forma de esquecer determinadas palavras que foram mal aplicadas e horrivelmente ouvidas de minha parte, parti para filosofar sobre a vida, utilizando um dos canais mais inspiradores: a música.
Assim como a canção do "Yes", meu momento atual é de um "dono de um coração solitário". Como no início do clipe oficial, é como se eu estivesse caminhando em uma grande metrópole, circundado por centenas de pessoas, mas estivesse totalmente sozinho. De certa forma, existe um paralelismo disso com as caminhadas realizadas nos fins de semana por nossa querida Avenida Paulista.
Particularmente, neste sábado (13/08), havia uma motivação, uma esperança extra, atrelada a este hábito meu das caminhadas. Esperava mudar o curso da história, "não sendo mais dono de um coração solitário..."
Mas a decepção tomou lugar em relação à expectativa de mudanças. Esperanças cultivadas ao sabor do vento, esperanças que são construídas por uma sensibilidade que você pensa que será despertada no coração das pessoas, não surgiram efetivamente e caíram na vala comum da velha e boa máxima do "ninguém vai mudar você, ninguém tem esta propriedade ou pretensão..."
De fato, eu não me considero agente ativo da mudança de pessoa alguma no que tange ao seu conjunto de valores, comportamento, hábitos e costumes. Mas, quando reúne-se uma quantidade enorme de gestos espontâneos de amor, não apenas voltados às expressões físicas, mas ao mais importante e sublime em si (companheirismo, luta, amizade, construção, projeção), espera-se que haja uma pequena mudança em algo fundamental e que dá vida às pessoas emotivas: nos sentimentos.
Porém, isso é mais uma utopia do que uma prática, dentro deste mundo onde a moda é realmente buscar uma coleção de amigos "supridores de carências". E constatar, de maneira nua e crua que você é mais um deles, que está dentro deste denominador comum de divisão, quando na realidade você até então interpretava que havia deixado um legado especial a quem gostava, é uma experiência aterradora. Mas válida para que você coloque os pés no chão e conscientize-se (infelizmente) de outra máxima dita por seu círculo de amigos: "não vale a pena você se sacrificar pelo outro".
Isso porém soa estranho a mim, porque eu não consigo viver sem o genoma da generosidade, sem o genoma do esmero pelo próximo, sem valores como gentileza, educação, divisão, isonomia. Mas o Planeta Terra é, e mostra-se cada vez mais, o "mundo dos espertos" e somente eles sobreviverão.
Os "espertos" mais recentes que sobreviveram nos últimos tempos apropriaram-se de máquinas possantes (veículos) e mais caras do que um conjunto de casas populares até, e sobreviveram, alijando do convívio de suas famílias e da possibilidade de construção de uma sociedade mais justa talvez, jovens em carreiras e comportamentos promissores.
Dentro deste contexto de luta contra a insensibilidade, na própria Avenida Paulista, ontem, cruzei com os amigos de Vitor Gurman, o estudante de Administração morto recentemente (atropelado por um Land Rover), que estavam fazendo uma manifestação pacífica por mais harmonia e respeito no trânsito...
A gente vive num mundo onde quase tudo tem que ser "fast". É "fast food" para lá, cobranças por resultados cada vez mais "fast" para cá, em âmbito profissional (o fordismo em estado puro?), e agora, constato, relacionamentos cada vez mais "fast". Valoriza-se mais o "ficar" por "ficar" na balada (o cara "pegador" é quase que agraciado com um "Oscar", ao passo que o de boas intenções é sempre motivo de gozações e sempre acaba sendo preterido), as relações efêmeras para satisfação sexual imediata, do que a construção de um amor verdadeiro e cheio de intenções boas e nobres. Ninguém, claro, pode dizer que um amor não sofrerá seus percalços, mas, assim mesmo, um amor duradouro, bem cultivado, não permite que o vazio persista, após a consumação de uma proximidade efêmera e sem sentido. Há conteúdo, troca de ideias, construção, cumplicidade, esforço, meta, e isso, na minha ótica, faz toda a diferença. Porém, para outras pessoas, não faz nenhuma diferença. Isso não toca os seus corações.
Viver com esperança é uma coisa perigosa, já dizia Red (personagem de Morgan Freeman em "Um Sonho de Liberdade"). De fato, quando você vê tentativas infrutíferas de converter aquela esperança em um elemento transformador, mas isso não é percebido pelo seu alvo, torna-se uma coisa extremamente devastadora em seu contexto. A lição que se pode tirar disto é que (e infelizmente!) ninguém vale 100% do seu esforço. Porque, aparentemente, o esforço e dedicação oferecem, como resultado, expressões inversamente proporcionais de reciprocidade.
E isso eu vi, da maneira mais constrangedora neste sábado. Mas há males que vêm para bem...
E eu peguei a música do "Yes", justamente para refletir sobre isso:
Eu não acredito que, mesmo após a decepção passada neste dia de sábado, conseguirei perder a linha mestra de meus sentimentos, porém, uma coisa que esta pessoa me disse está até amparada pelos versos do Yes: "seja você mesmo, dê ao seu livre arbítrio uma chance". Acho que tenho margem e direito para lutar por isso, porque eu me machuquei muito antes e hoje mais uma vez, tive este gosto infeliz, percorrendo meu coração e alma, como um prato indigesto. A vingança é um prato que se come frio, como diz o ditado, mas eu, como uma pessoa calorosa e que não gosta de me pautar por este sentimento, não irei sucumbir a isto, apesar de extremamente decepcionado.
Por enquanto, eu sou um "owner of a lonely/broken heart" (dono de um coração solitário/quebrado)...
Até a próxima postagem, pessoal... espero que com ânimo reavivado!
Bom dia, são 05:15h de domingo e acordei subitamente, após uma hibernação forçada por conta de momentos de decepção passados neste sábado. Em busca de um incentivo, de uma compensação, de uma forma de esquecer determinadas palavras que foram mal aplicadas e horrivelmente ouvidas de minha parte, parti para filosofar sobre a vida, utilizando um dos canais mais inspiradores: a música.
Assim como a canção do "Yes", meu momento atual é de um "dono de um coração solitário". Como no início do clipe oficial, é como se eu estivesse caminhando em uma grande metrópole, circundado por centenas de pessoas, mas estivesse totalmente sozinho. De certa forma, existe um paralelismo disso com as caminhadas realizadas nos fins de semana por nossa querida Avenida Paulista.
Particularmente, neste sábado (13/08), havia uma motivação, uma esperança extra, atrelada a este hábito meu das caminhadas. Esperava mudar o curso da história, "não sendo mais dono de um coração solitário..."
Mas a decepção tomou lugar em relação à expectativa de mudanças. Esperanças cultivadas ao sabor do vento, esperanças que são construídas por uma sensibilidade que você pensa que será despertada no coração das pessoas, não surgiram efetivamente e caíram na vala comum da velha e boa máxima do "ninguém vai mudar você, ninguém tem esta propriedade ou pretensão..."
De fato, eu não me considero agente ativo da mudança de pessoa alguma no que tange ao seu conjunto de valores, comportamento, hábitos e costumes. Mas, quando reúne-se uma quantidade enorme de gestos espontâneos de amor, não apenas voltados às expressões físicas, mas ao mais importante e sublime em si (companheirismo, luta, amizade, construção, projeção), espera-se que haja uma pequena mudança em algo fundamental e que dá vida às pessoas emotivas: nos sentimentos.
Porém, isso é mais uma utopia do que uma prática, dentro deste mundo onde a moda é realmente buscar uma coleção de amigos "supridores de carências". E constatar, de maneira nua e crua que você é mais um deles, que está dentro deste denominador comum de divisão, quando na realidade você até então interpretava que havia deixado um legado especial a quem gostava, é uma experiência aterradora. Mas válida para que você coloque os pés no chão e conscientize-se (infelizmente) de outra máxima dita por seu círculo de amigos: "não vale a pena você se sacrificar pelo outro".
Isso porém soa estranho a mim, porque eu não consigo viver sem o genoma da generosidade, sem o genoma do esmero pelo próximo, sem valores como gentileza, educação, divisão, isonomia. Mas o Planeta Terra é, e mostra-se cada vez mais, o "mundo dos espertos" e somente eles sobreviverão.
Os "espertos" mais recentes que sobreviveram nos últimos tempos apropriaram-se de máquinas possantes (veículos) e mais caras do que um conjunto de casas populares até, e sobreviveram, alijando do convívio de suas famílias e da possibilidade de construção de uma sociedade mais justa talvez, jovens em carreiras e comportamentos promissores.
Dentro deste contexto de luta contra a insensibilidade, na própria Avenida Paulista, ontem, cruzei com os amigos de Vitor Gurman, o estudante de Administração morto recentemente (atropelado por um Land Rover), que estavam fazendo uma manifestação pacífica por mais harmonia e respeito no trânsito...
A gente vive num mundo onde quase tudo tem que ser "fast". É "fast food" para lá, cobranças por resultados cada vez mais "fast" para cá, em âmbito profissional (o fordismo em estado puro?), e agora, constato, relacionamentos cada vez mais "fast". Valoriza-se mais o "ficar" por "ficar" na balada (o cara "pegador" é quase que agraciado com um "Oscar", ao passo que o de boas intenções é sempre motivo de gozações e sempre acaba sendo preterido), as relações efêmeras para satisfação sexual imediata, do que a construção de um amor verdadeiro e cheio de intenções boas e nobres. Ninguém, claro, pode dizer que um amor não sofrerá seus percalços, mas, assim mesmo, um amor duradouro, bem cultivado, não permite que o vazio persista, após a consumação de uma proximidade efêmera e sem sentido. Há conteúdo, troca de ideias, construção, cumplicidade, esforço, meta, e isso, na minha ótica, faz toda a diferença. Porém, para outras pessoas, não faz nenhuma diferença. Isso não toca os seus corações.
Viver com esperança é uma coisa perigosa, já dizia Red (personagem de Morgan Freeman em "Um Sonho de Liberdade"). De fato, quando você vê tentativas infrutíferas de converter aquela esperança em um elemento transformador, mas isso não é percebido pelo seu alvo, torna-se uma coisa extremamente devastadora em seu contexto. A lição que se pode tirar disto é que (e infelizmente!) ninguém vale 100% do seu esforço. Porque, aparentemente, o esforço e dedicação oferecem, como resultado, expressões inversamente proporcionais de reciprocidade.
E isso eu vi, da maneira mais constrangedora neste sábado. Mas há males que vêm para bem...
E eu peguei a música do "Yes", justamente para refletir sobre isso:
Say you don't want to chance it
You've been hurt so before
Watch it now the eagle in the sky
How he dancin' one and only
You, lose yourself
No, not for pity's sake
There's no real reason to be lonely
Be yourself, give your free will a chance
You've got to want to succeed
You've been hurt so before
Watch it now the eagle in the sky
How he dancin' one and only
You, lose yourself
No, not for pity's sake
There's no real reason to be lonely
Be yourself, give your free will a chance
You've got to want to succeed
"Diga que você não quer ter essa chance;
Você se machucou muito antes;
Veja agora, a águia no céu;
Como dança, única e só;
Você, perca-se; não por piedade;
Não há nenhuma razão pra ficar sozinho;
Seja você mesmo, dê ao seu livre arbítrio uma chance;
Você deve querer o sucesso."
Você se machucou muito antes;
Veja agora, a águia no céu;
Como dança, única e só;
Você, perca-se; não por piedade;
Não há nenhuma razão pra ficar sozinho;
Seja você mesmo, dê ao seu livre arbítrio uma chance;
Você deve querer o sucesso."
Eu não acredito que, mesmo após a decepção passada neste dia de sábado, conseguirei perder a linha mestra de meus sentimentos, porém, uma coisa que esta pessoa me disse está até amparada pelos versos do Yes: "seja você mesmo, dê ao seu livre arbítrio uma chance". Acho que tenho margem e direito para lutar por isso, porque eu me machuquei muito antes e hoje mais uma vez, tive este gosto infeliz, percorrendo meu coração e alma, como um prato indigesto. A vingança é um prato que se come frio, como diz o ditado, mas eu, como uma pessoa calorosa e que não gosta de me pautar por este sentimento, não irei sucumbir a isto, apesar de extremamente decepcionado.
Por enquanto, eu sou um "owner of a lonely/broken heart" (dono de um coração solitário/quebrado)...
Até a próxima postagem, pessoal... espero que com ânimo reavivado!
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