"Teleencéfalo Altamente Desenvolvido?"

Boa noite, pessoal.
 
Fico muitas vezes pensando qual o real uso que fazemos de todo nosso conjunto de potencialidades, no sentido de melhorar o "status quo" de injustiças sociais que vivemos no mundo em escala global. Existem fatos que colocam a seriedade de determinadas instituições e atitudes humanas que colocam a alcunha de seres com "teleencéfalo altamente desenvolvido" em xeque, porque de nada vale esta capacidade se não conseguimos conviver em sociedade, organizada e civilizada.
Um mega-aglomerado urbano, uma conurbação, como São Paulo, entra ano, sai ano, vive em constante luta contra a sua quantidade exagerada de automóveis, que como abelhas procurando mel, praticamente deixam a cidade a ver navios, rumo ao litoral, porém deixam recordes em cima de recordes de congestionamentos, irritando os condutores e colocando situações limite de paciência em nosso colo.
Para podermos mensurar o que isso representa, neste feriado de 12 de outubro, tivemos o segundo maior índice do ano (259 km) na quinta-feira (11).
O quanto esta procura por uma qualidade melhor de vida, pelo lazer, afeta na realidade a nossa qualidade de vida? Qual perda de tempo valiosa poderíamos evitar, equalizando situações como estas, que interminavelmente parecem repetirem-se?
Pois bem, esta apenas é uma faceta mais evidente do quanto precisamos evoluir para chegarmos a um estado mínimo de ordem nas coisas. Já, no que tange ao desperdício de alimentos, nem o nosso teleencéfalo altamente desenvolvido ainda conseguiu revisar alguns números absurdos, os quais reproduzo logo abaixo, para catarse geral:
"O Brasil é o quarto produtor mundial de alimentos (Akatu, 2003), produzindo 25,7% a mais do que necessita para alimentar a sua população (FAO). De toda esta riqueza, grande parte é desperdiçada.
Segundo dados da Embrapa, 2006, 26,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano tem o lixo como destino. Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas por dia, quantidade esta suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar (VELLOSO, Rodrigo. Comida é o que não falta. Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, nº 174, março/2002).
De acordo com o caderno temático “A nutrição e o consumo consciente” do Instituto Akatu (2003), aproximadamente 64% do que se planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva:
  • 20% na colheita;
  • 8% no transporte e armazenamento;
  • 15% na indústria de processamento;
  • 1% no varejo;
  • 20% no processamento culinário e hábitos alimentares."
Fonte: http://www.bancodealimentos.org.br/o-desperdicio-de-alimentos-no-brasil/
 
Fiquei hoje pensando neste assunto, após uma conversa online com uma amiga, onde recordamos recentes obras teatrais que fomos assistir. Confesso que não sou muito adepto ao teatro, mas de pronto lembrei do documentário de Jorge Furtado, chamado "Ilha das Flores", grande sucesso da década de 1980, o qual conta de maneira dinâmica, divertida, mas ao mesmo tempo dramática, todo o processo de cadeia alimentar praticado pelos seres humanos, enfatizando esta questão do desperdício e expondo uma faceta bastante comum dentro da estrutura social brasileira: a luta por alimentos.
Vale a pena assisti-lo na íntegra e refletir a respeito.
 
 
Até a próxima postagem, pessoal!
 
 

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