Costumes... manias, seriam tais vocábulos sinônimos entre si? Talvez isso não importe na pauta de hoje, que foi sugerida pela minha mãe, Sra. Marlene. De início acredito ser mais relevante a perspectiva que diz respeito ao quanto nossos valores e influências externas para dar interpretação a este conceito.
Por um lado, pela disseminação das notícias desencontradas e muitas vezes falsas ("fake news"), acabamos colocando pontos de vista distintos em relação a procedimentos cotidianos. Um exemplo latente disso diz respeito ao seguinte questionamento: deve-se ou não deixar nosso smartphone ligado durante o processo de carga de bateria?
Em casa vivemos recentemente este dilema: enquanto eu considerava uma "mania" por parte de minha mãe, de deixar o aparelho ligado durante a carga ("mania" aqui no sentido pejorativo "aureliano" de mau costume) eu, tendo como base uma bagagem de notícias, supostamente duvidosas, impelido de uma coragem (ou mania?????) característica de um cara que muitas vezes tenta subverter a sabedoria dos mais experientes mediante uma pequena transgressão chamada diálogo, me posicionei contrariamente a isso. Tendo como base, como dito, fatos que supostamente, por minha ótica, seriam verossímeis. Veja um exemplo abaixo:
Bem, mãe... espero que me perdoe! Mas por conta de proteger você eu tive que subverter a esta ordem (que mania feia!!!): ceder a outro ponto de vista, distinto ao que você defendia... Por outro lado, se isso mitiga os riscos de algum acidente, causa outro dilema: se ficarmos com o aparelho desligado podemos incorrer em sermos omissos em relação ao que acontece com algum ente querido, por não termos tomado conta disso em tempo real.
Devemos nos condenar por isso? Acredito que não. Pois existe um mundo a ser explorado além da tela do smartphone. Fosse assim (a obrigação de ficarmos alertas em 100% do tempo ao aparato tecnológico), já desenvolveríamos outra "mania": a overdose digital.
Quanto aos aspectos de termos que ouvir a voz da sabedoria dos mais velhos, de fato isso é necessário, mas ao mesmo tempo acredito que possamos ter direito, de forma respeitosa, de nos posicionarmos em relação a alguma questão que não nos representa em nossa escala de valores. Não creio que assim estejamos sendo insubordinados. Pelo contrário: até podemos aprender com nossas preferências, formulando um ponto de vista positivo tanto naquilo que erramos, quanto naquilo que fomos aconselhados. Mas infelizmente há pessoas que vêem isso como completo desrespeito aos mais velhos...
Um bom exemplo para ilustrar isso (e lá vamos nós usando a mesma série de filmes como referência), acontece na cena abaixo de Superman II (1980), em que o protagonista, em seu papel de cidadão (Clark Kent), após decidir, por conta de uma decisão pessoal, tornar-se um "mortal", se depara com a falibilidade de convivência dos seres humanos, ao cruzar com um ser extremamente arrogante, munido de uma valentia deplorável: em um primeiro momento constata que errou em sua decisão, devido à sua fragilidade, mas em um momento posterior (dado que foi possível a ele reverter a sua condição), consegue dar uma autêntica "lição de moral" neste vilão da vida real, mas sem perder a galhardia/cavalheirismo.
Pois bem: eu tenho o costume de ter a mania de que as coisas podem ser resolvidas mediante diálogo, mesmo que alguns acreditem que, por ter uma suposta "sabedoria", podem ocupar o espaço do outro, determinar peremptoriamente a sua ordem e momento de fala. Claro que tenho a mania de errar em alguns momentos, especialmente quando acabo por me deixar acometer por momentos de desatenção, mas ainda cultivo a utopia de que poderemos viver futuramente em um mundo melhor, desprovido desta mania de resolver tudo à base de conflito.
Mas principalmente eu tenho a maior mania de todas: saber que minha mãe e meu pai, dentro da minha "Fortaleza da Solidão" contínua são os seres que entenderão estas minhas "manias" extremamente nocivas a outros (infelizmente) e me darão respostas, seja em qual plano estiverem, às dúvidas/angústias/anseios que percorrem a minha cabeça. Agradeço ter a perspectiva de um mundo aparte ao que nos é hostil, onde a proposta é, com valorização, carinho e diálogo, possamos encontrar respostas...
Manias vêm e vão... mas para pessoas que buscam evolução espiritual, são parte do aprendizado, da consolidação de nosso conhecimento.
A luz nos faz buscar o caminho e em você, minha mãe, sempre o terei, aonde você estiver.
Boa noite, pessoal!
"Deus criou o homem, o homem criou Nero, e Nero criou (?) a "Dança da Manivela(??????)". Bem, sabe-se lá porque, talvez a título de sátira, talvez a título de ser uma música tão "maravilhosa" e viciante, esta música ficou na minha cabeça durante o dia todo de hoje...
Talvez a principal justificativa de Nero (último imperador da linhagem de Julio Cesar) ser o imperador que foi, conhecido por seus atos de loucura e por sua juventude impulsiva, seja realmente ter sido criado pelo homem e agraciado na letra desta estupenda música. Com esta energia contagiante e até um interlúdio a fazer inveja a "Ben Hur" (só que em um tempo muito mais condensado), deve ter sido muito inspirado a criar esta modalidade de dança.
A paixão de Nero pela arte dramática e pelos espetáculos, unida a um desejo quase infantil de ser famoso e aplaudido, levou-o a atuar como poeta e músico e a participar de corridas de biga. E... a criar a estupend...
São seis meses de ausência... Garotos, eu queria ir pra Califórnia, parafraseando a frase da canção famosa, a "Califórnia" aqui mencionada está muito distante, aliás... Mas ela ativa uma memória afetiva de um senhor com participação muito relevante em minha vida: meu pai. Há poucos dias completamos 6 meses de sua partida, após anos de luta permeada por um otimismo até inesperado e momentos de mau humor "divertido", especialmente quando ele propalava a respeito do marasmo da terceira idade... Apesar o Alzheimer que o acometia, esta "rabugice" constituía-se em um dos momentos de plena consciência dele... Mas voltando a Califórnia: eu me referia à Casa Califórnia, notória lanchonete da região central de São Paulo, com seu igualmente clássico (e saboroso) sanduíche de calabresa. Essa iguaria era sempre lembrada por nós em nossas caminhadas pela Rua São Bento... Da linguiça, vamos à lembrança da sardinha. Mas aqui me refiro a outro folclórico personagem do imag...
A palavra "passos" é extremamente importante na existência humana, pensando em seu sentido mais próximo, mais literal. O ato de caminhar pressupõe a conquista de territórios e isso realmente acompanha a história mundial, tanto em um prisma pacífico como em outro beligerante. Pressupõe também a nossa capacidade de evoluir, mediante um aprendizado, uma reflexão perante um rol de situações que se apresentam no cotidiano, tanto no âmbito familiar, quanto no âmbito da convivência em sociedade e profissional. Nós devemos, ao observar, ao exercer nosso lado cognitivo e empírico, procurar aprender e aperfeiçoar especialmente nosso lado espiritual e empático, fatores certamente contribuintes para tornar as vidas mais leves e produtivas. E a figura que justamente encontra-se, de um modo geral, acompanhando "in loco" nossos passos, incessantemente, chama-se mãe. Mesmo quando somos um incipiente embrião, um microscópico ser, engrandecido pela importância atribuída por ela a nó...
Comentários